terça-feira, 22 de março de 2011

Vidro

Há um tempo atrás o dia parecia colorido,
cheio das suas virtudes,
e a noite um pouco vazia,
cheia das suas dúvidas.
Mas hoje vejo o dia a duvidar
e a noite a colorir.
Não sei se com outros olhos vejo
ou se sempre tudo foi assim.
Eu ainda não sei.
Ainda não cresci o suficiente.
Minhas lágrimas não caem facilmente
não mais...
E até em meu falar há mudanças.
Me pego com medo, criança,
restando-me poucas esperanças,
contudo nunca vazia.
Me pego errada, tentando colar os cacos
do meu vidro que quebrou diante de mim.
Meu vidro, meu espelho, meu reflexo,
perturbado, agoniado, perguntando
para o tempo: "Por que brincas comigo?"

terça-feira, 15 de março de 2011

Avexada


Eu sei que sou apressada, avexada nordestina,
que corre com três pernas
e luta com quatro mãos.
Já disse o poeta: O tempo não pára!
Mas, eu , para onde vou nesse angú?
Para onde irei nesse lixo?
Como assim paciência?
Quem será esta? Onde se encontra?
Desconheço suas obras.
Eu preciso de hora, do agora, do agir.
A ansiedade me sugar em seu sucumbir.
Mira-me ó mundo lixo, eu não quero fazer
o teu agir...
Eu não sou o que dizes sobre mim.